Uma professora de Lins (SP) sofre com uma
doença misteriosa que deixa o olho inchado e muito vermelho. Há 19
anos, uma membrana branca sai do olho direito de Laura Ponci e,
momentaneamente, o incômodo e a vermelhidão vão embora. Segundo a
mulher, até dormindo a membrana “pula” do olho e desde a primeira vez
que aconteceu o caso, já foram mais de 30 médicos consultados e somente
diagnósticos desencontrados.
“Já passei por todos os especialistas
possíveis. Até médicos de ouvido e garganta já consultei e eles falam
que a doença é uma conjuntivite lenhosa, que é a falta de uma enzima
chamada plasminogênio. No entanto, já fiz diversos exames que eles
solicitaram e todos deram resultados normais”, conta a professora.
O plasminogênio é uma enzima fabricada
pelo organismo. Portadores da conjuntivite lenhosa têm baixa fabricação
dessa enzima e por isso ocorre a produção da membrana. A diferença para o
caso de Laura é que na conjuntivite lenhosa, conhecida pelos médicos, a
membrana só sai com intervenção cirúrgica e não espontaneamente como a
da professora de Lins.
Desde os 15 anos, Laura sofre com o
problema, o preconceito e a falta de informação. Ela diz que, na rua, as
pessoas se afastam com medo de ser uma doença contagiosa e não consegue
trabalhar porque não existe uma rotina, já que a membrana pode sair do
olho a qualquer momento. “Sou professora e trabalho com crianças, mas
não dá para exercer minha profissão porque o olho fica inchado e quando
me agacho, a membrana começa a sair. Tenho vergonha de sair de casa
porque a membrana não tem hora para sair e nem para terminar”, alega
Laura.
Segundo Laura, nesses 19 anos atrás de um
tratamento, a visão do olho direito nunca foi afetada. A professora
conta ainda que alguns médicos cogitaram a hipótese dela mesma colocar a
membrana no olho. Outros, mesmo sem saber do que se trata, disseram que
ela terá que conviver com isso pelo resto da vida.
“O último médico que eu fui disse que não
tem cura e que tenho que conviver com a doença, mas não acredito nisso.
A dor que eu sinto é muito grande, é como se eu tivesse levado um soco,
por isso, acho sim que existe uma cura”, diz a professora que conta que
o único tratamento que faz é colocar água gelada nos olhos quando eles
estão irritados.
Mistério
A reportagem do TEM Notícias mostrou o
vídeo da membrana saindo do olho da professora para um oftalmologista no
Hospital de Olhos de Bauru (SP). Por cinco minutos, o doutor André
Hamada analisou o vídeo repetidas vezes. Além disso, o especialista
também assistiu a entrevista em que a professora contou os sintomas.
“Nunca tinha visto um caso semelhante.
Apesar de não ter visto a paciente, a situação dela pode ser um caso
atípico de conjuntivite lenhosa, mas não conseguimos encaixar na
patologia comum devido ao aspecto da membrana cair facilmente do olho
dela”, explica o oftalmologista.
Segundo o especialista, o caso de Laura
pode ser uma conjuntivite lenhosa atípica porque geralmente, a membrana
formada nos olhos só consegue ser retirada em um centro cirúrgico. Além
disso, de acordo com André, o diagnostico da professora de Lins pode ser
apenas clínico. “Com certeza ela já deve ter feito uma biópsia da
membrana e, se deu tudo normal, o caso fica ainda mais misterioso”, diz o
médico com mais de 20 anos de experiência.
Deixe o seu comentário no Verdade Gospel.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário